terça-feira, 14 de abril de 2015

A partida de Günter Grass

     O Prémio Nobel da Literatura de 1999 faleceu ontem, aos 87 anos, na cidade de Lübeck, Alemanha.
     Nascido a 16 de outubro de 1927, em Gdansk, integrou as Waffen-SS hitlerianas durante a II Guerra Mundial e acabou por ser capturado, em 1945, pelas forças aliadas após ter sido ferido.
     A sua carreira literária teve início em 1959 com a publicação da obra O Tambor de Lata, posteriormente traduzida em várias línguas e adaptada ao cinema.
     Seguiram-se-lhe cerca de mais 30 obras, distribuídas por diferentes géneros (romance, poesia, teatro, textos autobiográficos), como Uma longa história, Mau agoiro, O cão de Hitler, Descascando a cebola, A caixa, O meu século, O pregado, A passo de caranguejo.
     O escritor e artista plástico, polémico assumido, consciência crítica da Alemanha nos últimos anos, não possuía telemóvel e dizia que a ideia de o ter e "estar sempre contactável e de certa forma observável" o aborrecia. Aliás, as (novas) tecnologias e as redes sociais tinham para si o efeito de uma alergia. Assim, escreveu sempre os livros à mão, passando-os depois através da sua velha máquina de escrever. Mais: quando os seus netos lhe falavam no Facebook e lhe diziam que tinham "500 amigos", Grass respondia: "Quem tem 500 amigos, não tem amigos.".