terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher


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Ana de Castro Osório
(1872-1935)

          Escritora, feminista e activista republicana, nasceu em Mangualde, a 18 de Junho de 1872, e faleceu em Setúbal, a 23 de Março de 1935.

          É considerada a fundadora da literatura infantil no nosso país. Escreveu alguns livros que foram utilizados como manuais escolares e publicou ainda uma obra marcante na sua época, a colecção Para as Crianças, que lhe ocupou perto de quatro décadas de trabalho.

          Traduziu contos dos irmãos Grimm, de Hans Christian Andersen e outros escritores estrangeiros; escreveu também peças de teatro infantil. Muitas das suas obras foram traduzidas para Francês, castelhano e italiano.

          Viveu no Brasil com o marido - o poeta Paulino de Oliveira, que foi cônsul de Portugal em São Paulo - de 1911 a 1914; lá exerceu as actividades de professora e escritora, tendo alguns dos seus livros sido adoptados em escolas brasileiras.

          Mas não foi só nesta área que Ana de Castro Osório se distinguiu. Tendo nascido durante a Monarquia, lutou pelos ideais republicanos e também pela defsa dos direitos das mulheres, tendo fundado a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, e sido sub-inspectora do Trabalho Feminino. Escreveu igualmente livros sobre os problemas das mulheres da sua época.

          Foram-lhe atribuídas as condecorações da Ordem de Santiago, que não aceitou, e a Ordem de Mérito Agrícola e Industrial.

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Adelaide Cabete
(1867-1935)

          Adelaide de Jesus Damas Brazão Cabete conhecida como Adelaide Cabete (Alcáçova, Elvas, 25 de Janeiro de 1867 — Lisboa, 14 de setembro de 1935) filha de Ezequiel Duarte Drazão e de Balbina dos Remédios Damas, foi uma das principais feministas portuguesas do século XX. Republicana convicta, foi médica obstetra, ginecologista, professora, maçom, publicista, benemérita, pacifista, abolicionista, defensora dos animais e humanista portuguesa.

          Foi pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres, e durante mais de vinte anos, presidiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, nessa qualidade reivindicou para as mulheres o direito a um mês de descanso antes do parto e em 1912 reivindicou também o direito ao voto feminino, sendo em 1933, a primeira e única mulher a votar, em Luanda, onde viveu, a Constituição Portuguesa.

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Maria Veleda
(1871-1955)

          Maria Carolina Frederico Crispim nasceu em Faro em 1871 no seio de uma família burguesa. O pai, com ascendentes britânicos, era pesronalidade com relevo na vida social e cultural local. Faleceu, porém, em 1882, deixando a família em dificuldades.

          A jovem Maria Carolina, que tinha tido uma educação cuidad e convivia, desde cedo, com livros, jornais e teatro, decidiu, aos 15 anos, conquistar uma autonomia de vida. Dedicou-se ao ensino, dando explicações particulares. Em 1896, veio para Lisboa, com um filho que adoptara cinco anos antes. Exerceu o professorado em Odivelas, Ferreira do Alentejo e Serpa, antes de regressar a Lisboa em 1905. Em 1899 teve um filho de uma ligação com o escritor Cândido Guerreiro, com quem, no entanto, decidira não casar.

          Publicista de excelentes recursos, colaborou em jornais locais (na lista dos quais encontramos O Círculo das Caldas), publicou textos de intervenção e peças de teatro. Tornou-se uma figura cimeira do feminismo e enfileirou no republicanismo. Teve uma larga participação em ambos os movimentos entre 1905 e 1921. Usou o nome de guerra de Maria Veleda.

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Carolina Michaëlis
(1851-1925)

          Carolina Michaëlis nasceu em Berlim, a 15 de Março de 1851. Estudou na Escola Superior Municipal Feminina de Berlim. Em meados do século XIX,  não eram admitidas senhoras nas universidades alemãs e por isso teve de estudar em casa. Assim, estudou literatura greco-romana, línguas eslavas, semitas e românicas, bem como árabe, para poder ler manuscritos no original.

          A sua inteligência e as suas qualidades de trabalho eram invulgares. Aos 14 anos traduziu o Novo Testamento do castelhano. Com apenas 16 anos, Carolina começou a publicar, em revistas alemãs da especialidade, trabalhos sobre língua e literatura espanhola e italiana. O interesse pelo português chegou depois. Rapidamente, tornou-se conhecida no meio dos estudos filológicos da Europa. A sua facilidade para as línguas deu-lhe o reconhecimento oficial para ser tradutora, ainda muito jovem.

          Em 1911, começou a leccionar na Universidade de Coimbra e, posteriormente, foi eleita para a Academia das Ciências, facto que veio a ser objecto de discussão, por se tratar de uma mulher. Foi a primeira mulher a leccionar numa universidade, em Portugal.

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Angelina Vidal
(1853-1917)

          Angelina Casimiro da Silva Vidal nasceu em meados do século XIX, concretamente em 1853, e faleceu em 1917. Foi professora, jornalista, defensora e propagandista dos direitos dos operários, nomeadamente das mulheres, e uma republicana assumida com intervenções públicas de cariz social.

          Pertencia à burguesia, mas, apesar disso, desde muito cedo, interessou-se pelas classes mais desfavorecidas, perseguindo assim o seu ideal de viver numa sociedade mais justa e liberal.

          Angelina Vidal foi colaboradora de “A Voz do Operário”, mas também de outros periódicos como “O Tecido” e “O Trabalhador”. Foi proprietária e principal redactora do “Sindicato, Justiça do Povo e Emancipação“.

          Para além da solidariedade para com a classe operária e do seu desejo de justiça social, Angelina Vidal também se dedicou à poesia e ao teatro.

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Carolina Beatriz Ângelo
(1877-1911)
          Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda, em 1877, onde fez os estudos primários e secundários. Mais tarde, em Lisboa, estudou medicina, concluindo o curso em 1902. Nesse mesmo ano, casou-se com Januário Barreto, seu primo e activista republicano. Tornou-se a primeira médica portuguesa a operar no Hospital de São José, dedicando-se mais tarde à especialidade de ginecologia.
          Activista dos direitos femininos, Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a votar em Portugal. Estava-se em 1911, a República acabara de ser implantada em Outubro de 1910, e ela «torceu» a seu favor um dos «buracos» da lei ou, se se quiser, da língua portuguesa.

          A militância cívica, iniciou-a em 1906, em conjunto com outras médicas, vindo a aderir a movimentos femininos a favor da paz e da implantação da República e à Maçonaria e tornando-se defensora dos direitos das mulheres, nomeadamente o de votar


Fonte: http://avepb.net/sitio/index.php?option=com_content&view=article&id=208:as-mulheres-na-republica&catid=2:gerais&Itemid=103.

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