Escrevi um livro.
Quantos anos a sonhá-lo.
a rascunhá-lo nas mesas dos cafés,
a escrevê-los nos intervalos do emprego,
a vivê-lo,
a sofrê-lo,
na província, nas cidades...!
Criei um filho.
Tanta alegria no meu coração!
Só ainda não plantei uma árvore.
O frágil caule como protegê-lo?
Como não deixar que os bichos
maculem as pequeninas folhas?
E como dialogar com uma árvore-menina?
Agora vai sendo tempo.
Os anos já me pesam.
Amanhã vou plantar uma árvore.
Saúl Dias, Essência