quinta-feira, 25 de abril de 2013

'Porque'

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

                                                     Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 23 de abril de 2013

Os livros

Os livros. A sua cálida,
eterna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol
das suas águas. Tão dóceis,
tão calados, tão leais.
Tão luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada
melancolia. Amados
como nenhuns outros companheiros
da alma. Tão musicais
no fluvial e transbordante
ardor de cada dia.

Ler é...


domingo, 21 de abril de 2013

Dia Mundial do Livro

"Um livro", Manuel Alegre

Um livro escreve-se uma vez e outra vez.
Um livro se repete. O mesmo livro.
Sempre. Ou a mesma pergunta. Ou
talvez
o não haver resposta.
Por isso um livro anda à volta sobre si mesmo
um livro o poema a prosa a frase
tensa
a escrita nunca escrita
a que não é senão o ritmo
subterrâneo
o anjo oculto o rio
o demónio azul.

Um livro. Sempre.
Um livro que se escreve e não se escreve
ou se rescreve junto
ao mesmo mar.

Um livro. Navegação por dentro
errância que não chega a nenhuma Ítaca.
Um livro se repete. Um livro
essa pergunta
incognoscível código do ser.

Metáfora de cornos e pés-de-cabra
Um livro. Esse buscar
coisa nenhuma.
Ou só o espaço
o grande interminável espaço em branco
por onde corre o sangue a escrita a vida.
Um livro.

                    Manuel Alegre, in Livro do Português Errante

terça-feira, 16 de abril de 2013

Concurso Nacional de Leitura 2013 - Fase distrital

     No passado dia 5 de abril, os alunos que ficaram apurados para a fase distrital do Concurso Nacional de Leitura (Manuel Dias, 7.º B; Mariana Coelho, 7.º C; Carolina Gomes, 8.º C), acompanhados pelas professoras da Equipa Pedagógica da Biblioteca, deslocaram-se a Aguiar da Beira prestar provas, na respetiva Biblioteca Municipal.
     Às 13:30 horas, os alunos realizaram a prova escrita sobre as obras escolhidas para o 3.º ciclo: As Aventuras de João Sem Medo, de José Gomes Ferreira, e O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry. A primeira obra é uma espécie de reverso do conto maravilhoso, repleto de seres e situações surreais. A segunda, numa primeira leitura, aparenta ser um livro para crianças, mas possui um grande teor poético e filosófico. Nos títulos dos livros, refere-se o nome das personagens principais de cada uma das histórias.
     Enquanto os alunos realizavam a prova escrita, os professores tiveram a oportunidade de participar em ateliers de artesanato, no Centro Cultural. Foi uma forma de conhecer a cultura e os hábitos das gentes do concelho de Aguiar da Beira.
     A tarde prosseguiu com momentos de animação, a cargo do contador de histórias, humorista e autor Jorge Serafim, que tem percorrido o país de norte a sul, efetuando inúmeras sessões de contos e é presença assídua em programas televisivos.
     Terminadas as atividades, todos os elementos envolvidos nesta fase distrital do Concurso Nacional de Leitura confraternizaram num lanche-convívio, no salão da Câmara Municipal, servido pelos alunos do curso profissional de Restauração do Agrupamento de Escolas de Aguiar da Beira.
     Agradecemos aos alunos que participaram nesta atividade e esperamos que, no próximo ano letivo, haja mais inscrições!... Endereçamos também os nossos agradecimentos à Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, que mais uma vez cedeu o transporte.

A necessidade da poesia

«Let me start with this: We need poetry. We really do. Poetry promotes literacy, builds community, and fosters emotional resilience. It can cross boundaries that litle else can. April is National Poetry Month. Bring some poetry into your hearts, homes, classrooms and schools.»
     Este é o início de um texto de Elena Aguilar, que pode ser lido aqui, no qual chama a atenção para a importância da presença da poesia nas nossas escolas.

Chá com Livros

terça-feira, 9 de abril de 2013

sexta-feira, 5 de abril de 2013

quinta-feira, 4 de abril de 2013

terça-feira, 2 de abril de 2013

Semana da Leitura 2013

            Decorreu, entre um e quinze de março, mais uma edição da Semana da Leitura, tendo sido várias as atividades dinamizadas no sentido de assinalar a data, subordinadas ao tema do mar.
            Assim, os murais de escrita encheram-se de cor e sabor com as mensagens neles gravadas pelos alunos.

            O fundo documental referente a esta temática foi dado a conhecer através de uma exposição no espaço da biblioteca.

            As turmas do ensino pré-escolar das aldeias da Vermiosa e da Reigada deslocaram-se à biblioteca para participarem na leitura da história “O Dia em que o Mar Desapareceu”, da autoria do escritor José Fanha, realizada pela equipa da BE. Na sequência da interpretação da história, definiram «mar» e coloriram formas de animais marinhos, atividades que foram aproveitadas para a elaboração de um mural. Posteriormente, os alunos visionaram alguns filmes de desenhos animados alusivos ao mar.

            As turmas do 1.º ciclo deslocaram-se à BE para assinalarem a data, participando nas atividades preparadas para os receber:
* Leitura, pelos professores da BE, da obra “O Dia em que o Mar   Desapareceu”;
* Elaboração de trabalhos de expressão plástica, tendo em vista o reconto da história, agora ilustrada pelos alunos. No final, a Equipa produziu um power point constituído pelos trabalhos de cada turma;
* Redação de mensagens para o mural e escrita.
            A turma C do sexto ano, orientada pela respetiva professora de Português, procedeu à recolha de lendas, contos, adivinhas e provérbios sobre o mar e redigiu textos sobre animais bizarros, em virtude de resultarem do cruzamento de animais marítimos e terrestres. De seguida, os alunos traçaram a imagem dos mesmos em trabalhos de expressão plástica.

            Por sua vez, os alunos do 8.º C procederam à recolha de poemas alusivos à temática abordada durante a Semana da Leitura, que foram partilhados, de forma expressiva, na sala de aula. Posteriormente, ouviram e analisaram o tema musical “Ao passar o navio”, interpretado pelos Delfins, audição seguida da resolução de alguns exercícios lacunares e do visionamento de imagens que apelavam à preservação dos oceanos.
            Por último, a turma B do 9.º ano, na BE da Escola Secundária, durante uma aula de Português aí lecionada, desenvolveu uma atividade em torno da obra de três dos maiores vultos da literatura portuguesa ‑ Gil Vicente, Camões e Fernando Pessoa ‑, a partir de excertos de textos seus referentes ao mar. Principiaram por uma singela apresentação dos três escritores, seguida da leitura dramatizada do episódio do Adamastor e do poema “O Mostrengo” e de uma dramatização de um excerto do Auto da Índia. A finalizar, ouviram o tema “Homem do Leme”, na voz do grupo Xutos e Pontapés, e assistiram às atividades que envolveram a turma do 9.º A.

Dia Internacional do Livro Infantil


     Comemora-se, hoje, o Dia Internacional do Livro Infantil. A data assinala igualmente o nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen.

Inéditos de Fernando Pessoa


     A revista literária Granta, dirigida pelo jornalista da TSF Carlos Vaz Marques, cujo primeiro número será dado à estampa em maio, irá publicar cinco sonetos inéditos de Fernando Pessoa, apresentados pelos investigadores Jerónimo Pizarro e Carlos Pitella-Leite.

     Esta publicação enquadra-se nos objetivos da revista, que passam pela publicação de bons textos literários inéditos, daí que a intenção seja, de facto, a de publicar um inédito de um autor desaparecido por cada número. Além disso, os responsáveis pela revista encomendarão textos a autores de língua portuguesa.

Benefícios da Leitura


     15 minutos de leitura por dia podem mudar o nosso futuro e afetar positivamente o nosso desenvolvimento.

     De facto, os constantes estudos que são feitos revelam os benefícios que a atividade leitora regular acarreta para o ser humano:

1. Estimula / desenvolve a imaginação e a criatividade: através dos livros soltamos a imaginação e criamos personagens, espaços, lugares...

2. Aumenta o vocabulário: lendo, descobrimos novas palavras, novos significados e novos usos para as que já conhecemos.

3. Facilita a escrita: simplificando, quem lê mais escreve melhor.

4. Melhora a comunicação com os outros: a correção linguística, o alargamento e enriquecimento do vocabulário, a apreensão de novos significados e novas formas de uso enriquecem a comunicação.

5. Amplia o nosso conhecimento / a nossa cultura geral.

6. Desenvolve o repertório: ler significa ter acesso à informação, ao conhecimento, possibilitando o desenvolvimento pessoal e profissional.

7. Aumenta o sentido crítico na tomada de decisões: a leitura auxilia-nos a compreender o mundo e nós mesmos.

8. Diverte, entretém, ocupa os "tempos livres".

9. Emociona e causa impacto: qualquer leitor já sentiu alegria ou tristeza após a leitura de um romance, de um poema, de uma peça de teatro.

10. Melhora o rendimento escolar.

100 pessoas

     O sítio 100people.org sugere uma outra forma de abordagem dos dados estatísticos. Assim, em vez de percentagens, apresenta esses dados a partir do número 100.
     Ou seja, no caso das línguas, se o mundo fosse constituído por apenas 100 pessoas, teríamos os seguintes elementos:
          . 12 falariam mandarim;
          . 5 falariam espanhol;
          . 5 falariam inglês;
          . 3 falariam árabe;
          . 3 falariam hindi;
          . 3 falariam bengali;
          . 3 falariam português;
          . 2 falariam russo;
          . 2 falariam japonês;
          . 62 falariam outras línguas.

Morte do papel

     Com o desenvolvimento das tecnologias e, no caso da literatura, o advento do e-book, tem-se prognosticado, sucessivamente, a morte do papel. No entanto, a prática parece desmenti-los e confirmar o dito de Mark Twain quando afirmou que as notícias sobre a sua morte eram nitidamente exageradas.

     Atente-se nos seguintes números, que desmentem o desaparecimento do papel:
  • O consumo médio de papel per capita nos Estados Unidos é de 333 kg e, no resto do mundo, de 48;
  • O escritório sem papel, previsto pela sociedade da informação, não se concretizou. Pelo contrário, estima-se que 95% da informação de negócios é em papel;
  • O utente médio da Web imprime 28 páginas por dia.