sexta-feira, 8 de julho de 2011

"A Última Viagem" de Saramago

          Decorreu, ontem, pelas dezasseis horas, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, na presença da viúva do escritor, a jornalista espanhola Pilar del Rio, o lançamento de uma brochura, intitulada A Última Viagem, que destaca a visita de José Saramago a Figueira de Castelo Rodrigo, ocorrida em 17 de Junho de 2009, um ano antes do seu passamento, quando percorreu a viagem de Salomão, o paquiderme que protagoniza a sua derradeira obra, A Viagem do Elefante.

Despedida do "Blogger" e do "Picasa"

          A Google vai mudar as marcas de vários dos seus serviços mais populares, como o Blogger e o Picasa, para facilitar a respectiva integração no Google+. Por seu lado, o YouTube manter-se-á inalterado.

          De acordo com uma notícia do sítio Mashable, a Google tenciona encerrar as marcas Blogger e Picasa, mas não os respectivos serviços, dado tratar-se de dois dos mais populares produtos da empresa, que passarão a designar-se Google Photos e Google Blogs, respectivamente. Esta decisão prende-se com o desejo de unificar as marcas e os serviços fornecidos pela Google, de forma a potenciar a adesão dos utilizadores à Google+, a nova rede social da empresa.
          As mudanças deverão ocorrer no prazo máximo de seis semanas, sendo desejo da Google que tal se verifique até ao dia 31 de Julho, uma vez que é nessa data que os perfis tradicionais da marca serão apagados e substituídos pelos novos perfis do Google+.

Um lamiré sobre MANHÃ SUBMERSA, por Rafael Pereira

         Trazido a este mundo por Vergílio Ferreira na década de 60 do século passado, o livro Manhã Submersa continua, hoje, a encantar muitos leitores. Editado pela Bertrand, fala-nos de António Lopes, de alcunha "O Borralho", que se despede da sua infância ao longo do texto, desde o momento em que entra até que sai do seminário.
          Vergílio Ferreira retrata perfeitamente a vida no seminário ao longo do livro, desde a dureza do quotidiano até à impura inocência que predomina no ambiente onde António estuda.
          O protagonista é um rapaz que não pertence à classe média, nem à classe pobre, pois situa-se abaixo de ambas; faz parte dos "Borralhos", uma família de alcoólicos, mas em nada se lhes assemelha. Acaba por ser acolhido por uma senhora da classe alta que o educa severamente e que, a todo o custo, o quer ver ser padre.
          Ao chegar ao seminário, depara-se com uma nova realidade, marcada pela existência de apenas dois amigos, que acabam por o abandonar. Vive então a dura vida de um seminarista, regida pelas leis impostas pelos padres e por um reitor, cuja ternura das palavras carrega uma crueldade intrínseca e escondida que fará António mudar para sempre, deixando-lhe marcas na personalidade que nunca sararão e manterão vivo um fogo que lhe permite sobreviver aos anos de solidão e dor.
          Esta obra é interessantíssima, visto que retrata a vida num seminário em décadas passadas. Lê-se num sopro, tal como os contos a que o autor já nos habituou, e sumaria todos os aspectos da vida de uma criança que está a entrar na adolescência e a quem são renegados os afectos indispensáveis, além da descoberta sexual característica desta idade. Vergílio Ferreira faz com que cinquenta páginas pareçam duas. Toda esta panóplia de acontecimentos, submersos, tal como a manhã do título, surge embrulhada numa escrita semelhante à da velha guarda, mas que revela ser mais «avant-garde» do que muitas formas de escrita ditas pós-modernas.