Alice Vieira é uma escritora conhecida de (quase) todos, mais que não seja pelo facto de textos seus estarem disseminados por diversos manuais escolares e obras suas serem lidas nas nossas escolas.
Acaba de sair a sua última obra, intitulada O Livro da Avó Alice, nas suas palavras «o livro de uma avó moderna que fala para todas as avós modernas», com as quais partilha as suas histórias (trata-se, portanto, de um registo autobiográfico), alegrias e aflições.
Escreve a autora: "Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs. E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos olhos, tivermos outros olhos. Se diante do nosso rosto tivermos outro rosto. Humano.
E por isso as nossas crianças crescem sem emoções. Crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.
Durante anos - por culpa nossa - foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido.
Durante anos - por culpa nossa - foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.
Durante anos, todos nós, pais, avós, professores, fomos deixando que isso acontecesse.
E, de repente, os jornais e as televisões trazem-nos relatos de jovens que agridem professores na sala de aula e nós olhamos para tudo muito admirados - como se nada fosse connosco.
Mas é.»
E por isso as nossas crianças crescem sem emoções. Crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.
Durante anos - por culpa nossa - foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido.
Durante anos - por culpa nossa - foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.
Durante anos, todos nós, pais, avós, professores, fomos deixando que isso acontecesse.
E, de repente, os jornais e as televisões trazem-nos relatos de jovens que agridem professores na sala de aula e nós olhamos para tudo muito admirados - como se nada fosse connosco.
Mas é.»
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