quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Para que servem os poetas?

Na escassez do pão
Servem os poetas e o pensamento
Para alimentar a esperança
De um novo início
Afundada esperança essa
Num mar de tanta e tão profunda ignorância
Tanto futebol
Como se tivéssemos voltado
"... a deambular por florestas
Sem consoantes aos nossos nomes"
Florestas agora de betão
Onde se sentam
Ou gritam em pé em lugares pagos
Milhares
Mesmo na escassez do pão
No retrocesso a berros sem consoantes
Como se a escassez dos poetas
E do pensamento
Nos tivesse levado
Essa sim
A esta terceira miséria
Que a poeta tão bem
Canta e conta
Como um banquete
Em tempo de indigência.

                                          Maria de Sousa

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