Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão de altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades,
Eis Bocage em quem luz algum talento;
Saíram dele estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Bocage
Neste poema, bocage retrata-se não só fisicamente, mas também psicologicamente, retratando-se como um galanteador e um praticante pouco assiduo do catolicismo.
ResponderEliminarSó isso, Rafael?
ResponderEliminarSó isso, Rafael?
ResponderEliminarBem este poema é mais complexo que o de Miguel Torga, no entanto, Bocage neste auto-retrato espelha-se fisicamente e psicologicamente.
ResponderEliminarAsume também que é um galanteador nato e diz também que tem sucesso entre as mulheres. As suas orações e presenças em igrejas e todo o que esteja relacionado com ela não o atrai e por isso se pode chamar um "católico não praticante" se é que isto existe, ou é católico ou não.