terça-feira, 29 de outubro de 2013

'Para um amigo tenho sempre um relógio'

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

                                                 António Ramos Rosa

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