sábado, 16 de maio de 2020

Eu, confinada (II)

     Este confinamento não tem sido de todo fácil. Quando, nas aulas de História, falávamos na Peste Negra, nunca me passou pela cabeça passar por uma pandemia aos meus 17 anos e ter de abdicar de coisas que faziam parte da rotina, como não poder visitar os meus avós, que é o que me tem deixado mais triste.
     Além disso, este não foi o 12.º ano que idealizei para mim. Sonhava com o meu baile de finalistas, que significava o fim de uma etapa e o começo de algo novo, algo que a maioria dos jovens anseia: a entrada na universidade.
     Sinto-me desanimada, triste e a morrer de ansiedade, com saudades da rotina que tinha acerca de dois meses, dos meus amigos e daquelas conversas num sábado à noite, que nunca mais acabavam. No início, as aulas "on-line" não foram de todo fáceis, pois foi estranho não ver os meus colegas e os professores, mas neste momento as coisas correm melhor e começo a habituar-me um pouco mais.
     Os exames nacionais também estão aí à porta e chega aquela ansiedade de me aperceber que o meu futuro vai tomar um novo rumo, esperando eu que seja da forma que quero, por isso a maior parte do meu tempo tem sido passado a estudar, mas também a ver séries, jogar jogos tradicionais com a minha família e aproveitar para praticar exercício físico.
     Porém, sinto que nem tudo é mau. Eu e a minha família estamos cada vez mais unidos e apoiamos-nos mutuamente. Damos, principalmente, apoio à minha mãe, que passa mais tempo fora de casa a cuidar de outras pessoas que precisam, devido à profissão que exerce.
     Vejo este confinamento como algo para darmos mais valor às coisas que temos, mesmo àquelas que me pareciam tão simples.

Rafaela Ferreira, 12.º AB

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